23/05/2010

Viagem para Europa I - Primeiros passos



   A idéia deste blog surgiu após mais ou menos 1 semana de termos saído do Brasil. Estávamos em Veneza e tomando banho passei a lembrar de vários detalhes singulares dos últimos dias. Percebi que apesar de ter feito várias pesquisas na web sobre dicas de viagem ainda assim certas situações são imprevisíveis e não creio que um livro inteiro sobre o assunto consiga abordar todos as situações. Resolvi tentar ajudar. Não compilando “dicas”, mas compartilhando situções específicas da minha última viagem: 30 dias, de Roma a Paris, boa parte de carro, e as vezes de trem. Se você é daqueles que só viaja de excursão, então talvez este blog não se aplique tanto, não sei. Certas dúvidas são universais, é bem verdade, e um pouco da experiência alheia talvez não seja má idéia.

   Primeiro lugar. Planejamento. Planejar por conta própria sua viagem por si só já é um barato. Mas ninguém te engane, dá trabalho. Não é a toa que existem profissionais do ramo. Comece estabelecendo a época do ano (certos lugares esse detalhe faz toda diferença), evitando a alta estação. Não só pelos preços, como a maioria pensa, mas porque os locais mais turísticos da Europa estão se tornando cada vez mais abarrotados. Hotéis cheios, filas para toda sorte de atração ou museu, atendimento não tão bom em restaurantes e por aí vai.

   Em seguida no preparo, para onde e naturalmente por quanto tempo. Estes dois fatores vão ter impacto direto no custo total, nas roupas que levará e logo no tamanho da sua mala, e em quão cansado fisicamente poderá voltar. Eu próprio quis aproveitar e estiquei o máximo a viagem usando meus 30 dias de férias. Ainda aviso se meti os pés pelas mãos ou não quando voltar. O fato é que não são apenas mais diárias, mas também o custo básico de alimentação, transporte, atrações e diversão que aumentam. Eu pesquisei e calculei 100 euros/dia para um casal, naturalmente excluindo as diárias e as compras. Como alguns hoteis tem café-da-manhã, outros não, as vezes se usa mais o taxi, as vezes o metro, esta média tem se mostrado verdadeira para mim nesta viagem. Dias comemos mais barato, outros queremos comer melhor e colocar aquele vinho gostoso para acompanhar, então entenda seu perfil de consumo e planeje-se para ele. Multiplicando este valor pelo número de dias de sua viagem dá uma estimativa de quantos euros deve levar. Falarei mais sobre o tema a frente.

   Tendo o roteiro estruturado, pense em como se locomoverá entre as cidades/países. Como tenho uma queda por carros e vontade de dirigir sempre que possível optei por alugar um carro. O preço não é tão diferente do aluguel no Brasil e em alguns lugares só o carro lhe dá a liberadade de fazer seu próprio itinerário. Aluguei pelo Brasil, pesquisando na web, e paguei em dólares, o que se mostra favorável quando comparado ao euro pago localmente. Este voucher lhe dá segurança de evitar problemas e há a possibilidade bem interessante de alguar carros que não sejam os típicos populares. Que tal passear pela Toscana ou por Provence num conversível? Seu orçamento é o limite. De via de regra, reserve as grandes distâncias, mais de 4 ou 5h de distância, para os trens (cada um tem seu limite). Mesmo podendo parar e descansar, ou até conhecer cidades no caminho, percebi que qualquer dia que se passa dirigindo é mais cansativo ao corpo que os outros – e você não está viajando para se cansar mais está? Além disso percebi que certos cuidados nas estradas européias devem ser tomados e nem tudo é autoban oba-oba. Também falo deste tópico mais a frente.

   Para os trens existe TGV europe.com que aceita nosso cartões de credito e podem ser explorados em inglês. Já no Trenitalia, em italiano, não consegui realizar nenhuma compra nele, porque sempre recusava meus cartôes. Um italiano me recomendou não fazer reservas por ele. Neste caso, deixei para comprar as passagens em agências de turismo na própria Itália, por uma taxa pequena a mais. Leve do Brasil no entanto já todas as informações pesquisadas, como o dia, hora, numero do trem e destino. Torna sua compra mais fácil. Não tive problema pra comprá-los em Roma ou em Veneza, mesmo 1 hora antes da partida. As linhas entre grandes cidades possuem vários horários e dificilmente os bilhetes estarão esgotados. Ainda asim aconselho a compra antecipada sempre que possível. Por pouco a mais se viaja de 1ª classe, com o benefício de assentos maiores e mesa para laptop com tomada, além de mais espaço para bagagem (vagôes menos cheios). Foi a opção que tomei e não me arrependo – não viajei de 2ª classe então não poderia comparar.

   Outra opção que pesquisei ainda no Brasil foi voar. Sempre sabemos de pequenas empresas aéreas na Europa que voam por preços irrisórios, tipo 1 euro! É verdade, porém faço algumas ressalvas. Não esqueça de quantas malas está carregando e qual o peso delas – algumas destas empresas tem limites de peso muito menores que o que carregamos e cobram alto pelo sobrepeso. Número dois, apesar de mais rápido, você deve considerar também os taxis, ou transportes do hotel ao aeroporto, e vice-versa na chegada, já que geralmente aeroportos ficam na periferia. Em algumas cidades este custo extra poder sair muito mais caro que as passagens de 1ª classe do trem. Os trens tem a vantagem de te deixarem bem próximo ao centro, ou pelo menos, mais perto que o aeroporto.

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